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Inspiração

Retrofit em prédios e condomínios

Quem não gostaria de morar ou trabalhar num prédio bonito, com uma fachada atual? 

Será que para isso é necessário comprar um imóvel novo? A resposta para essa dúvida é não. É possível conseguir esse resultado fazendo renovação de fachada, o chamado retrofit. 
As fachadas são como cartões de visitas da edificação, e fazer um retrofit significa remodelar, atualizar os materiais empregados, incorporando novas tecnologias e conceitos. 
Esse é um exemplo bem sucedido de um antes e depois do shopping Pátio Brasil, em Brasília, que representa o potencial do retrofit na atualização de fachada. 
A troca dos revestimentos da fachada proporciona benefícios que vão além da estética. Dependendo da solução escolhida, pode-se melhorar o desempenho acústico e térmico, além de aumentar a vida útil e a valorização do imóvel, refletindo num aumento de valor tanto para venda quanto para locação. 
Dentre as soluções de revestimento destaco as aderidas, que têm a instalação simplificada e necessitam de investimentos menores, e as ancoradas. 
Cerâmicas e pastilhas são exemplos de revestimentos aderidos, aplicados diretamente na argamassa. Granitos, ACM e revestimentos laminados em alta pressão são alguns exemplos de acabamentos ancorados, que apresentam um vão preenchido por ar entre a estrutura antiga e a nova, resultando numa melhora do desempenho acústico e térmico da edificação. 
Vale lembrar que as fachadas sofrem a ação direta do tempo e, para conseguir que os revestimentos tenham uma vida útil longa, é fundamental que o condomínio faça as manutenções preventivas, previstas no Manual de Uso do prédio. 
Para não ter problemas com a sua reforma, é importante procurar profissionais capacitados para elaborar o projeto além de boas empresas para execução da obra, que pode levar de 1 a 2 anos.

Pátio Brasil - antes do retrofit
Pátio Brasil - depois do retrofit
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Conforto

Conforto térmico – parte 5

10. Intervenções dos espaços urbanos que possibilitam a ventilação

Para controlar a ação dos ventos no espaço urbano poderá ser estabelecido obstáculos naturais (árvores etc.) e artificiais como outros edifícios. O fluxo de ar num local de construção pode ser controlado por obstruções, defletores ou filtros formados por árvores, cercas, banquetas e obstruções.

Ventos indesejáveis de inverno podem ser reduzidos ou afetados e os ventos refrescantes do verão podem ser dirigidos a uma estrutura. Um quebra-vento reduzirá a 75% a velocidade do vento por distância de 10 a 15 vezes sua altura. Vegetação e paredes fora de um edifício podem ser usados para ajudar a ventilação natural ou mitigar o pleno efeito dos ventos fortes.

Observações para o urbanismo:

  • Ruas de maior largura no sentido leste-oeste;
  • Ruas norte-sul mais estreitas (pois as construções voltadas para um dos lados destas ruas fará sombra para os pedestres do lado direito ou esquerdo – manhã e tarde)
  • Nas ruas com direção norte-sul deve ser previsto desvios, praças, de modo a não canalizar os ventos.
  • A vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além de reter parte da poeira em suspensão no ar.
  • É conveniente espelhos d´água, chafariz, etc.

 

 

urb

urb1

O traçado das vias urbanas deverá ser de forma a facilitar a penetração do ar entre as massas dos edifícios, para que possibilite o melhor equilíbrio energético.

  • Quando as ruas são paralelas à direção do vento dominante, formam canais livres pelos quais o fluxo de ar penetra em profundidade na zona urbana. Quanto mais largas forem as ruas, menor o obstáculo criado pelos edifícios situado ao longo destas e melhor a ventilação global, e maior seu desempenho energético no espaço urbano durante a estação quente.
  • Entre os fatores climáticos o que mais possibilita o controle é a radiação, visto que existe em grande variedades de soluções, que poderão ser aplicadas conforme as características da intensidade de radiação e a sua relação com o entorno, os materiais, os tipos de superfície etc., poderá ser analisado a situação do espaço e aplicada as soluções que oportunizem melhor conforto e redução no consumo de energia.
  • Outro fator fundamental para a redução do consumo de energia é a ventilação natural. Nos climas quentes-úmidos, a tensão de vapor (quantidade de água presente no ar) tenderá a ser maior dentro do edifício do que de fora, devido ao suar, trabalhar, cozinhar etc. Sob essas condições, é desejável substituir o ar de dentro pelo de fora. Essa substituição de ar chama-se ventilação e é expressa como o número de renovações de ar em m³/h. As correntes naturais de ar ajudam a realizar essa substituição através de aberturas estrategicamente localizada no edifício.
  • Também pode-se aplicar o uso da flora como fator importante de criação de zonas micro climáticas e também como barreiras de direcionamento da ventilação exterior para o interior do edifício.
  • Os núcleos urbanos favorecem as condições para precipitação em forma de chuva devido às partículas em suspensão.

 

9.1 Efeitos aerodinâmicos dos ventos

Os ventos são essenciais na interferência da qualidade do espaço urbano. É fundamental para que se possa orientar, e localizar as massas de ocupação do espaço sem formação de ilhota.

9.1.1 Ilhota térmica: também afeta o percurso do vento. No centro da cidade onde o efeito da Ilhota térmica é mais intenso, o ar aquecido sobe e atrai o fluxo do ar dos subúrbios (ventos frescos) para o centro da cidade, quando a forma urbana permite. É fundamental que o planejamento urbano estabeleça princípios e técnicas que possibilitem a minimização da energia. Como: analisar as informações climáticas em função da topografia urbana, aplicar a escala microclimática para determinar a demanda de energia para a região estudada. A partir de dados obtidos da estação meteorológica mais próxima e distribuir os edifícios no espaço urbano de forma a minimizar o ganho térmico natural e maximizar a ventilação cruzadas nas regiões que não possuem estação fria.

9.1.2 Efeito de Barreiras: define-se como edifício laminar, do ponto de vista da ventilação um prédio paralelepipedal, de espessura relativamente estreita, 10m de altura homogênea que não exceda de 30m (10 pavimentos) e de cumprimento mínimo igual a oito vezes a altura.

efeito barreira

9.1.3 O efeito Venturi: também conhecido como fenômeno de funil, formado por dois edifícios próximos e perpendiculares que permitem a circulação do vento entre eles e em algumas vezes, quando o funil é muito comprido produzir-se-á um túnel aerodinâmico. A proposta é aproveitar o efeito Venturi para ventilar os espaços urbanos, cuja localização ou conformação sejam desfavoráveis ao aproveitamento dos ventos locais, evitando a formação do túnel aerodinâmico pelo desconforto nas pessoas.

venturi

venturi 1

9.1.4 O efeito de malha: caracterizado por uma ocupação espacial justaposta, com alturas diversas que impede a circulação do ar entre os edifícios permitindo a circulação só sobre os mesmos. A solução para nossos climas é evitar, no projeto do edifício o efeito “malha’ que impede a ventilação local. Assim as aberturas da malha deverão ser superiores a 25% do perímetro do edifício e orientados na direção dos ventos favoráveis.

malha

9.1.5 Efeitos das aberturas sob as edificações: (muito utilizado na arquitetura moderna) têm como objetivo direcionar mais o fluxo de ar quando orientado sob os edifícios. A solução é aproveitar o efeito dos espaços abertos localizados sob o edifício, para melhorar a ventilação do entorno construído nos climas quentes e úmidos.

abertura

9.1.6 O efeito de canto: acontece com o impacto dos ventos sobre as fachadas de forma que o desvio destes provoquem sucção nas laterais do edifício. Para estes casos deverá se trabalhar formas que possibilitem um melhor aproveitamento dos ventos desviados pelos cantos.

canto

9.1.7 O efeito de canalização ou corredor: ocorre entre duas barreiras de prédios e também como consequência incomoda a velocidade dos ventos frios.

corredor

9.1.8 O efeito pirâmide: ocorre nas zonas onde os edifícios possuem uma geometria irregular, possibilitando a melhor distribuição dos ventos sobre o seu entorno, com melhor aproveitamento da energia dos ventos e melhores condições na qualidade do espaço do edifício e consequentemente a melhor conservação de energia. A proposta é usar os edifícios de forma piramidal para melhorar as condições de ventilação do edifício e do entorno, otimizando as vantagens de sua forma aerodinâmica e reduzindo sua capacidade de obstrução à ação do vento, interior e exteriormente.

piramide

9.1.9 O efeito “Wise”: provocado pelos ventos que incidem frontalmente na fachada do edifício originando a formação de um polo turbulento na parte inferior do edifício. O rolo turbulento, próprio do efeito Wise, é particularmente incômodo pela forma em que circula o fluxo de ar, cuja direção pode ser vertical, por exemplo, levantando os objetos leves (saídas das mulheres).

wise

9.1.10 O efeito esteira: é o causador de redemoinhos, originado da velocidade dos ventos sobre zonas de pressões diferentes causando turbulência em todos os sentidos, portanto é importante analisar o seu entorno para que se possa abrir a esteira de ação dos ventos.

 

É isso! Bons estudos 😉

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Conforto

Conforto térmico – parte 4

7. Desempenho térmico de paredes e coberturas

7.1 Desempenho térmico de paredes

  • Condutância térmica superficial: engloba as trocas térmicas que se dão à superfície da parede. O coeficiente de condutância térmica superficial expressa às trocas de calor por convecção e por radiação.
  •  Comportamento dos materiais opacos diante da radiação solar: Quando a energia radiante incide sobre um corpo opaco ela é absorvida ou refletida. A energia radiante absorvida se transforma em energia térmica ou calor; a energia refletida não sofre modificação alguma.

 7.2 Desempenho térmico de coberturas: Em regiões tropicais, onde a latitude é baixa, a incidência de radiação sobre as coberturas é o mais considerável dos elementos envoltórios. O telhado é o mais importante elemento para efeito do “controle térmico”.

 7.3 Desempenho térmico de janelas

  • Janelas e sheds: O sistema de ventilação natural por janelas e shed é dimensionado levando em consideração variáveis como: área total construída, altura do pé-direito, número de pessoas que utilizam ambiente, carga térmica gerada por máquinas e equipamento. É indicado para galpões industriais que necessitem um controle de ventilação e exaustão, economizando energia elétrica. São compatíveis com qualquer tipo de cobertura

 shed

  • Veneziana e lanternin: O sistema de ventilação natural por venezianas e lanternins funciona baseado em três leis da física:

a. Convecção natural do ar por diferença de temperatura e pressão: O ar, assim como qualquer gás, quando aquecido, mantém a sua massa, mas aumenta seu volume. Torna-se menos denso. Em compartimentos fechados o ar quente busca as regiões mais altas, e o ar frio as mais baixas. Complementarmente, o ar quente sobe em função da menor pressão atmosférica, que é menor quanto maior for a altura.

b. Efeito Chaminé: é o fenômeno que consiste na movimentação vertical de uma massa gasosa localizada ou de fluxo de gases devido à diferença de temperatura ou pressão com o meio. Quanto maior é o pé-direito, maior a velocidade de exaustão do ar.

c. Efeito Venturi: A circulação do vento em torno do shed cria uma zona de pressão negativa dentro deste último. Esta pressão negativa faz com que o ar do interior do ambiente suba até o shed. O Efeito Venturi ocorre quando a velocidade de fluxo de uma corrente de ar ou de um fluido aumenta ao passar por um trecho mais estreito do condutor, diminuindo sua pressão e criando um vácuo parcial. Desta forma, o ar entra pela janela devido à convecção natural por diferença de temperatura e pressão e sai pelo shed devido ao Efeito Chaminé e ao Efeito Venturi, renovando o ar interno.

shed

No lanternim, abertura na parte superior do telhado, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura do aviário, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura do aviário ou 40cm no mínimo. Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros e insetos.

  • Vidros:

a. Vidro comum: os corpos, à temperatura normal do ambiente, emitem energia radiante de onda longa. Para este comprimento de onda, o vidro é opaco, bloqueando a radiação da onda longa do exterior. Este processo onde a radiação solar entrou facilmente no local e encontrou dificuldades para sair é denominado efeito estufa e é o maior transformador da radiação solar em calor no interior de uma edificação.

b. Vidros especiais:

  • Vidros absorventes
  • Vidros refletivos

As superfícies expostas à radiação transpõem a temperatura para o interior do edifício por convecção. Para melhorar esse problema deve-se aproveitar qualquer mecanismo que facilite o movimento do ar sobre as superfície exposta a radiação e aproveitar plenamente os ventos da região.

vidro

8. Ventilação

As principais funções da ventilação são:

  • Manter o ambiente livre de impurezas e odores indesejáveis, e fornecer O2 e reduzir a concentração de CO2;
  • Remover o excesso de calor acumulado no interior da edificação produzido por pessoas ou fontes internas;
  • Resfriar a estrutura do edifício e seus componentes evitando o aquecimento do ar interno;
  • Facilitar as trocas térmicas do corpo humano com o meio ambiente (especialmente no verão);
  • Remover o excesso de vapor d’água existente no ar interno evitando a condensação superficial.

No verão as necessidades de ventilação dizem respeito às questões térmicas e higiênicas, e no inverno a necessidade é apenas de ordem higiênica.

8.1 Mecanismos de Ventilação

8.1.1 Ventilação natural:

  • Por diferença de pressão causada pelo vento: é necessário que os ambientes sejam atravessados transversalmente pelo fluxo de ar. A ventilação cruzada ocorre devido à existência de zonas com diferentes pressões.
  • Por diferença de temperatura: Baseia-se na diferença entre as temperaturas do ar interior e exterior provocando um deslocamento da massa de ar da zona de maior para a de menor pressão. Quando, nestas condições, existem duas aberturas em diferentes alturas, se estabelece uma circulação de ar da abertura inferior para a superior, denominada efeito chaminé.

 chamine

O efeito chaminé não é muito eficiente em casas térreas pois depende da diferença entre alturas das janelas e das diferenças entre a temperatura do ar interior e exterior.

  • Ventilação artificial: Produzida por equipamentos.

 

Considerações sobre 

a. Aberturas:

  • Pode-se obter condição de ventilação satisfatória com ângulos de até 50° de um lado e outro da perpendicular da direção do vento.
  • A tendência natural do vento é entrar pela zona de alta pressão e sair pela de baixa pressão por sucção.
  • A ventilação mais adequada é aquela em que o fluxo de ar penetra na habitação pelo espaço de estar e dormitórios e sai pela área de serviço;
  • Deve haver uma proporção de área aproximadamente igual para as aberturas de entrada e de saída de ar.
  • Quando a abertura de entrada tiver maior altura que a de saída, a circulação do ar ocorrerá próxima ao forro e não vai atingir o usuário. Esta solução apenas é útil para a retirada de ar quente e esfriamento da superfície interior do forro.
  • Duas aberturas em paredes opostas permitem o movimento rápido do ar, enquanto aberturas em paredes adjacentes permitem uma melhor distribuição da velocidade do vento e do feito de resfriamento através do recinto.
  • Quando a ventilação é usada para resfriamento, é importante localizar as aberturas para que o fluxo de ar passe pelos usuários.
  • Ocorre maior fluxo de ar quando são posicionadas aberturas de igual tamanho em fachadas opostas.

b. Velocidade do ar interno:

  • A velocidade do ar ao nível do usuário, mesmo que utilizando a melhor tipologia de janela é somente de 30 a 40% da velocidade do vento livre. Para melhor controle da ventilação interior, a combinação de pequenas e grandes aberturas em diferentes alturas é a mais interessante (ventilação higiênica e de conforto)
  • A velocidade média do fluxo de ar interno é uma função da velocidade do ar externo, da rugosidade do ambiente externo, do ângulo de incidência e das dimensões e localização das aberturas.
  • Em um ambiente com uma abertura de 2/3 da largura da parede, a velocidade média interna do ar será entre 13% e 17% da velocidade do ar externo, mas se esta área for dividida em duas aberturas na mesma parede, a velocidade do ar passa para 22% da velocidade do ar exterior.
  • Para aberturas localizadas em duas paredes, a velocidade média do ar interno passa a ser de 35% a 65% da velocidade do vento externo.
  • O limite aceitável para a velocidade do ar é de 1,5 m/s, velocidade a partir da qual começam a voar papéis e pode diminuir a sensação térmica em até 5K.
  • Se produz maior velocidade interna quando se combina uma pequena entrada de ar com uma saída grande de ar.

OBS: O que determina a sensação de refrescamento é a velocidade do ar, e não o volume.

vento

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Conforto

Conforto térmico – parte 3

Se tem como apostar numa matéria que é 100% certeza que cairá na prova, eu diria que é essa! CESPE sempre cobra!

6. Geometria Solar

6.1 Radiação solar: um dos mais importantes contribuintes para o ganho térmico em edifícios. O calor por radiação pode ser dividido em 5 partes principais: radiação solar direta, radiação solar difusa, radiação solar refletida pelo solo e pelo entorno, radiação térmica emitida pelo solo aquecido e pelo céu e radiação térmica emitida pelo edifício.

A radiação solar de onda curta que entra por uma abertura no edifício incide nos corpos, que se aquecem e emitem radiação de onda longa. O vidro, sendo praticamente opaco à radiação de onda longa, não permite que o calor encontre passagem para o exterior, superaquecendo o ambiente interno. Este fenômeno é conhecido como efeito estufa e é o maior transformador da radiação solar em calor no interior de uma edificação.

a. Radiação solar direta: é um fator que influencia na temperatura do ar, nas diferentes estações do ano. A resolução adequada da cobertura, do ponto de vista térmico, é fundamental não só para o conforto térmico, mas também para a minimização do consumo de energia.

Para diminuir o grau da radiação solar é preciso seguir exemplos como os que ocorrem na arquitetura vernácula. Conforme figura.

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Clima quente e quente úmido: Uma boa solução, então seria reduzir ao mínimo a exposição solar da cobertura, diminuindo, proporcionalmente a transmissão de calor do exterior para o interior.

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6.2 Movimentos da Terra

  • Rotação: rotação ao redor de um eixo N-S que origina o dia e a noite.
  • Translação ao redor do Sol: determina as 4 estações do ano

6.3 Azimute e Altura Solar: determinam a localização do sol na abóboda celeste.

  • Azimute (A) é o ângulo que a projeção do sol faz com a direção Norte
  • Altura solar (H): é o ângulo que o sol faz com o plano horizontal

carta

 

6.4 Orientação Solar

  • De maneira geral, para quem vive no hemisfério sul (ao sul da linha do equador), caso de quase todo o Brasil, pode-se dizer que a orientação norte (quando as janelas são voltadas para o norte) é a que atende de maneira mais satisfatória as principais demandas da maioria dos usuários, a saber: um nível mínimo de insolação diária, Sol quando se precisa de calor (inverno), e sombra quando não se quer calor (verão).
  • No inverno, as fachadas voltadas para o norte recebem insolação quase que o dia todo, pois o Sol forma um ângulo pequeno em relação à superfície da Terra em seu percurso. No verão, como o ângulo que o Sol forma com a superfície da Terra em seu percurso é bem maior, a tendência é a de que passe sobre as coberturas do edifícios. Desta forma, um pequeno beiral nas coberturas sobre as fachadas voltadas para o norte já proporcionaria sombra.
  • As orientações leste e oeste têm características similares em termos de insolação, embora em momentos diferentes do dia. As fachadas voltadas para o leste recebem Sol pela manhã. Nas fachadas voltadas para o oeste ocorre o contrário, recebem Sol pela tarde. Em geral, ambientes voltados para o oeste tendem a ser mais quentes do que os voltados para leste, apesar de receberem o mesmo número de horas de Sol, porque recebem Sol no período do dia em que a inércia térmica proveniente da noite anterior já foi vencida.

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  • Solstício:

a. De inverno: se o ponto geográfico do observador situar-se em hemisfério oposto ao sol.

b. De verão: se o ponto geográfico do observador situar-se no mesmo hemisfério do sol.

6.5 Diagrama Solar

a. Zênite: interseção da vertical superior do lugar com a esfera celeste.

b. Nadir: interseção inferior da vertical do lugar com a esfera celeste. Ponto diretamente oposto ao zênite.

 

6.6 Máscara de sombra: máscara de sombra representa graficamente, nos diagramas solares, obstáculos que impedem a visão da abóbada celeste por parte de um observador.

6.7 Proteção solar

6.7.1 Traçado de máscara: ferramenta utilizada no projeto de proteções solares.

6.7.2 Brise Soleil: adaptação para o clima quente das ideias de Le Corbusier, que enaltecia a abertura dos edifícios para o exterior, proporcionando-lhes a penetração do ar, da luz e da natureza.

  • São uteis principalmente no inverno, quando o sol está baixo no horizonte, penetrando profundamente nas dependências. No verão o sol passa no zênite, tornando-se incômodo apenas no final da tarde.
  • O brise-soleil fixo não exige cuidados especiais, pode ser parte integrante da estrutura e portanto é mais econômico.
  • É totalmente dispensável na face SUL, parcialmente dispensável na face LESTE e indispensável na NORTE durante o inverno e na OESTE em qualquer estação.

a. Brise horizontal: impede a entrada de raios solares através da abertura a partir do ângulo de altitude solar. Indicados para face norte, com o sol próximo a vertical (sol alto).

b. Brise vertical: impede a entrada de raios solares através da abertura a partir do ângulo de azimute solar. Indicado para fachadas oeste.

c. Brise misto: combina brise horizontal e vertical.

d. Brise móvel: é teoricamente a melhor solução para fachada OESTE, porém com a falta de manutenção transforma-se em inconveniente. É também indicado para fachadas NORTE e NORDESTE.

 6.7.3 Cobogó: Indicado para fachada Norte.

6.7.4 Prateleiras de luz: é aconselhável principalmente para a orientação norte, pois permite sombrear completamente a abertura enquanto favorece a entrada de luz para o interior.

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Conforto

Conforto térmico – parte 2

4. Índices de Conforto: De forma geral, estes índices são desenvolvidos fixando um tipo de atividade e a vestimenta do indivíduo para, a partir daí, relacionar as variáveis do ambiente e reunir, sob a forma de cartas ou nomogramas, as diversas condições ambientais que proporcionam respostas iguais por parte dos indivíduos.

Existem vários índices de conforto térmico, os quais podem ser divididos em dois grandes grupos: Os que estão baseados no balanço de calor e os que têm uma abordagem adaptativa.

  • O voto médio predito: o mais completo dos índices de conforto pois analisa a sensação de conforto em função das 6 variáveis.
  • A teoria adaptativa: conceito de que as pessoas interagem com o ambiente, de forma a buscar conforto térmico.

São 3 as categorias de adaptação:

  1. Ajustes comportamentais: são as modificações conscientes ou inconscientes das pessoas. Estes ajustes podem ainda ser divididos em subcategorias, conhecidos como os ajustes pessoais (roupa, atividade, postura), ajustes tecnológicos ou ambientais (abrir/fechar janelas, ligar ventiladores, usar óculos escuros) e os ajustes culturais.
  2. Ajustes Fisiológicos: são aqueles que incluem todas as mudanças nas respostas fisiológicas das pessoas, que são resultado da exposição a fatores ambientais e térmicos, conduzindo a uma diminuição gradual na tensão criada por tal exposição. As mudanças fisiológicas podem ser divididas em: adaptação genética e a aclimatação, que são as mudanças inerentes ao sistema termorregulador.
  3. Ajustes Psicológicos: percepções e reações das informações sensoriais. A percepção térmica é diretamente atenuada por sensações e expectativas ao clima interno.

Desta forma, modelos adaptativos têm sido desenvolvidos com base nos resultados de experimentos de campo em que as pessoas desenvolvem as suas atividades cotidianas e vestem suas próprias roupas. Nesses experimentos, o pesquisador não interfere no ambiente e as pessoas expressam sua sensação e preferência térmica em escalas.

A equação do balanço térmico humano é assim traduzida:

a. Fatores de ganho de calor:

  • metabolismo (basal e muscular);
  • condução (contato com corpos quentes);
  • convecção (se o ar é mais quente que a pele);
  • radiação (do sol, da abóbada celeste e dos corpos quentes).

b. Fatores de perda de calor:

  • condução (contato com corpos frios);
  • convecção (se o ar é mais frio que a temperatura da pele);
  • radiação (de superfícies frias);
  • evaporação (da umidade e suor).

5. Bioclimatologia: estuda as relações entre o clima e o ser humano. A classificação das escalas é:

a. Macroclima: características climáticas de uma região.

b. Mesoclima: alterações locais na radiação solar, temperatura, umidade e vento.

Ex: Ilha de calor: é fenômeno noturno caracterizado pelo aumento da temperatura do ar, provocado pelo adensamento excessivo dos centros urbanos, em relação à temperatura do entorno não urbanizado da cidade. Embora os efeitos sejam também sentidos durante o dia, o fenômeno se caracteriza pelo pouco resfriamento do ar durante a noite, devido à grande massa de concreto que armazena calor durante o dia e o libera, normalmente à noite, evitando o resfriamento natural do ar no período noturno.

c. Microclima: escala da edificação e entorno imediato. É influenciado pelas outras escalas.

 5.1 Variáveis do clima

5.1.1 Radiação solar: energia eletromagnética, de onda curta, que atinge a Terra após ser parcialmente absorvida pela atmosfera. A quantidade de radiação varia em função da época do ano e da Divide-se em radiação direta e radiação difusa (abóboda celeste)

  • Longitude: medida com relação ao meridiano de Greenwich.
  • Latitude: medida a partir da linha do Equador.

Em climas frios, a penetração da radiação direta nos ambientes internos é desejável para promover aquecimento, ao contrário de climas quentes, onde a porção direta deve ser evitada, sendo somente a radiação difusa desejável para promover a iluminação do ambiente.

As regiões que mais recebem a radiação solar localizam-se entre os trópicos de Câncer no hemisfério norte e Capricórnio no hemisfério sul.

5.1.2 Temperatura do ar: é a consequência de um balanço energético em que intervêm a radiação solar incidente e o coeficiente de absorção da superfície receptora; a condutividade e a capacidade térmica do solo que determinam a transmissão de calor por condução; as perdas por evaporação, convecção e radiação.

A temperatura do ar não é uma consequência da ação direta dos raios do sol. Uma prova disso é que a temperatura do ar eleva-se com a saída do sol, até um máximo que ocorre 2horas depois.

5.1.3 Umidade: é regulada pela vegetação e pelo ciclo hídrico. Também é influenciada pela topografia (vales são mais úmidos) e ocupação urbana (cidades são menos úmidas).

OBS: Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de vapor de água por m³ de ar.

5.1.4 Vento: é influenciado pelo desequilíbrio da radiação entre as latitudes altas e baixas, pela altitude, pela topografia e pela rugosidade do solo (vegetação, edificações, etc.).

 5.2 Estratégias bioclimática

Norma ISO 7730 e NBR 16401‐2:

  • Porcentagem máxima de pessoas insatisfeitas < 10%.

Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho:

  • Temperatura Efetiva entre 20°C e 23°C.
  • Umidade Relativa > 40%.
  • Velocidade do ar < 0,75 m/s.

 5.2.1 Zona de conforto: a sensação de conforto térmico pode ser obtida para umidade relativa variando de 20 a 80% e temperatura entre 18 e 29°C.

5.2.2 Ventilação: estratégia de resfriamento natural do ambiente, as principais são:

  •  Ventilação cruzada
  • Ventilação da cobertura
  •  Ventilação do piso

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5.2.3 Resfriamento evaporativo: estratégia utilizada para aumentar a umidade relativa do ar e diminuir sua temperatura. Ex: uso de vegetação, fontes de água, microaspersão.

 5.2.4 Inércia térmica para resfriamento: utilização de componentes construtivos com alta inercia térmica.

Inércia térmica: capacidade de segurar a temperatura. Em regiões de clima seco, o ideal é buscar uma alta inércia térmica para o edifício, pois as variações da temperatura ao longo do dia são maiores. Já no litoral, onde predomina o clima úmido e quente, as variações são menores, portanto, se deve trabalhar com baixa inércia térmica.

5.2.5 Resfriamento artificial

5.2.6 Umidificação

5.2.7 Inércia térmica e aquecimento solar: adotar componentes construtivos com alta inercia térmica e aquecimento solar passivo, para locais com baixas temperaturas.

5.2.8 Aquecimento solar passivo: edificação com superfícies envidraçadas orientada para o sol e aberturas reduzidas em fachadas que não recebem calor, para locais com baixas temperaturas.

5.2.9 Aquecimento artificial

5.3 Zoneamento bioclimático: no Brasil são 8 zonas bioclimática definidas de acordo com o clima e com as necessidades humanas de conforto.

5.3.1 Estratégias adequadas para edificações de acordo com a zona

a. Recomendações para projeto em climas quente e seco: Nestas condições climáticas, o movimento do ar torna-se dispensável, em função das diferenças entre as temperaturas externas e internas, tanto durante o dia quanto à noite. As aberturas devem então ser pequenas e as construções as mais compactas possíveis (de preferência com pátios internos), de forma a protegê-las da radiação solar direta. Quanto mais aglutinadas forem, mais sombra projetarão umas sobre as outras. As paredes interiores e exteriores devem ser espessas para retardar a absorção térmica. As coberturas altas, de materiais leves, porém isolantes, são as mais indicadas. Deve-se usar preferencialmente cores claras que refletem mais do que absorvem a radiação solar. Arborização e espelhos d’água constituem também em importantes amenizadores climáticos.

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Conforto

Conforto térmico – parte 1

Matéria muuuuuito cobrada em concurso!

Fonte: livro Eficiência Energética na Arquitetura, Normas ISO 7730, NBR 16401‐2, apostila de Insolação de Edifícios e o projeto de suas Proteções Solares -PUC/GO, apostila de desempenho térmico de edificações – UFSC/CTC, anotações de aula

 Resumo de Conforto térmico

O conforto térmico é a satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente.

1.Trocas Térmica

A quantidade de calor liberado pelo organismo é função da atividade desenvolvida e dissipada por meio de mecanismos de trocas térmicas entre o corpo e o ambiente envolvendo:

  • Trocas secas: condução; convecção; radiação;
  • Trocas úmidas: evaporação.

O calor perdido para o ambiente por meio das trocas secas é denominado calor sensível e é função das diferenças de temperatura entre o corpo e o ambiente. O calor perdido por meio das trocas úmidas é denominado calor latente e envolve mudanças de fase – o suor (líquido) passa para o estado gasoso através da evaporação.

2. Trocas secas: convecção, radiação e condução. (calor sensível)

  • Convecção: troca de calor entre dois corpos, sendo um deles sólido e o outro um fluido (líquido ou gás).

As trocas de calor por convecção são ativadas pela velocidade do ar, quando se trata de superfícies verticais. Quando o ar está em contato com uma superfície mais quente, ele se aquece, se eleva e deixa lugar para um ar mais frio; gerando um movimento denominado de “convecção natural”. Se o ar já se encontrava em movimento antes de entrar em contato com a superfície o fenômeno é denominado de “convecção forçada”, como no caso, por exemplo, de um edifício bem ventilado. Nesse caso, mesmo que o movimento do ar advenha de causas naturais, como o vento, o mecanismo de troca entre a superfície e o ar passa a ser considerado convecção forçada.

No caso de superfície horizontal, o sentido do fluxo desempenha importante papel. Quando o fluxo é ascendente, há coincidência do sentido do fluxo com o natural deslocamento ascendente das massas de ar aquecidas, enquanto no caso de fluxo descendente, o ar, aquecido pelo contato com a superfície, encontra nela mesma uma barreira para sua ascensão, dificultando a convecção — seu deslocamento e sua substituição por nova camada de ar à temperatura inferior à sua.

Ex: parede e ar

  • Radiação: mecanismo de troca de calor entre dois corpos — que guardam entre si uma distância qualquer — por meio de sua capacidade de emitir e de absorver energia térmica. Esse mecanismo de troca é consequência da natureza eletromagnética da energia, que, ao ser absorvida, provoca efeitos térmicos, o que permite sua transmissão sem necessidade de meio para propagação, ocorrendo mesmo no vácuo.

Ex: parede e sol

1.3 Condução: troca de calor entre dois corpos que se tocam ou mesmo partes do corpo que estejam a temperaturas diferentes. A propriedade fundamental de um material na transmissão de calor por condução é a condutibilidade térmica.

Ex: parede N e parede leste

Densidade absoluta d (kg/m3) e a condutibilidade térmica K(W/m.oC) dos materiais de construção mais frequentes.

conf termico

O coeficiente de condutibilidade térmica da matéria é o fluxo de calor que passa, na unidade de tempo, através da unidade de área de uma parede com espessura unitária e dimensões suficientemente grandes para que fique eliminada a influência de contorno, quando se estabelece, entre os parâmetros dessa parede, uma diferença de temperatura unitária. Depende de:

  • densidade do material — a matéria é sempre muito mais condutora que o ar contido em seus poros;
  • natureza química do material — os materiais amorfos são geralmente menos condutores que os cristalinos;
  • umidade do material — a água é mais condutora que o ar.

Um conceito importante associado à condutibilidade térmica é o seu oposto – a resistência térmica.

2. Trocas térmicas úmida: evaporação e condensação (calor latente)

As trocas térmicas que advêm de mudança de estado de agregação da água, do estado líquido para o estado de vapor e do estado de vapor para o estado líquido, são denominadas trocas úmidas, cujos mecanismos são evaporação e condensação.

2.1 Evaporação: troca térmica úmida proveniente da mudança do estado líquido para o estado gasoso. Para ser evaporada, passando para o estado de vapor, a água necessita de um certo dispêndio de energia. (calor latente)

2.2 Condensação: troca térmica úmida decorrente da mudança do estado gasoso do vapor d’água contido no ar para o estado líquido. Quando o grau higrométrico do ar se eleva a 100%, a temperatura em que ele se encontra é denominada ponto de orvalho e, a partir daí, o excesso de vapor d’água contido no ar se condensa — passa para o estado líquido.

A condensação é acompanhada de um dispêndio de energia. A condensação de um litro d’água dissipa cerca de 700 J. Se o ar, saturado de vapor d’água, entra em contato com uma superfície cuja temperatura está abaixo da do seu ponto de orvalho, o excesso de vapor se condensa sobre a superfície, no caso de esta ser impermeável — condensação superficial —, ou pode condensar-se no interior da parede, caso haja porosidade.

A condensação superficial passageira em cozinhas e banheiros, nos horários de uso mais intenso, é considerada normal. Torna-se problemática quando se dá em paredes e principalmente em coberturas de baixa resistência térmica. Um meio para evitar a condensação superficial consiste na eliminação do vapor d’água pela ventilação.

3.Variáveis de conforto térmico: estão divididas em variáveis ambientais e variáveis humanas.

3.1 As variáveis humanas são:

  1. Metabolismo gerado pela atividade física
  2. Resistência térmica oferecida pela vestimenta

3.2 As variáveis ambientais são (variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares, peso, altura podem exercer influência nas condições de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas):

  • Temperatura do ar: a principal variável do conforto térmico. A sensação de conforto baseia-se na perda de calor do corpo pelo diferencial de temperatura entre a pele e o ar. É medida pelo psicrômetro.
  • Temperatura radiante média;
  • Velocidade do ar: ocorre em ambientes internos sem necessariamente a ação direta do vento. O ar se desloca pela diferença de temperatura (convecção natural) ou por meios mecânicos (convecção forçada). O deslocamento do ar aumenta os efeitos da evaporação no corpo, retirando a água em contato com a pele com mais eficiência e assim, reduzindo a sensação de calor. É medida pelo anemômetro.
  • Umidade relativa do ar: a uma determinada temperatura o ar somente pode conter uma certa quantidade de vapor de água. Quando chegamos a esse valor máximo dizemos que o ar está saturado. Ultrapassado este limite, ocorre a condensação, no qual o vapor excedente passa ao estado líquido, provocando o aumento da temperatura da superfície onde ocorre a condensação. Estes processos dão lugar a uma forma particular de transferência de calor: um corpo perde calor por evaporação, que será ganho por aquele no qual se produz a condensação. A umidade do ar, conjuntamente com a velocidade do ar, intervém na perda de calor por evaporação. Como aproximadamente 25% da energia térmica gerada pelo organismo é eliminada sob a forma de calor latente (10% por respiração e 15% por transpiração) é importante que as condições ambientais favoreçam estas perdas.

À medida que a temperatura do meio se eleva, dificultando as perdas por convecção e radiação, o organismo aumenta sua eliminação por evaporação. Quanto maior a UR, menor a eficiência da evaporação na remoção do calor. Isto mostra a importância de uma ventilação adequada. Porém, quando a temperatura do ar é superior à da pele, a pessoa estaria ganhando calor por convecção. Mas, ao mesmo tempo se produz um fenômeno de efeito contrário, já que a circulação do ar acelera as perdas por evaporação. No momento em que o balanço começa a ser desfavorável, ou seja, quando apenas ganharíamos calor, a umidade do ar torna-se importante. Se o ar está saturado, a evaporação não é possível, o que faz a pessoa começar a ganhar mais calor assim que a temperatura do ar seja superior a da pele. No caso em que o ar está seco, as perdas continuam ainda com as temperaturas mais elevadas.

Assim, a umidade absoluta representa o peso de vapor d’água contido em uma unidade de massa de ar (g/kg) e a umidade relativa, a relação entre a umidade absoluta do ar e a umidade absoluta do ar saturado para a mesma temperatura.

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Conforto

Conforto Luminoso

Para mim, uma das matérias que mais confunde. Espero que este resumo ajude a desatar os nós 😉

Fonte: NBR 5413, NBR 10898, anotações de aula.

Resumo de Conforto Luminoso

  • Radiação infravermelha: radiação óptica cujos comprimentos de onda são maiores do que aqueles da radiação visível
  • Radiação ultravioleta: radiação óptica cujos comprimentos de onda são menores do que aqueles da radiação visível.
  • Difração: desvio da direção de propagação de uma radiação determinado pela natureza ondulatória desta, e que ocorre quando a radiação tangencia a borda de um obstáculo.
  • Lúmen: unidade SI de fluxo luminoso.
  • Lux: unidade SI de iluminância.
  1. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL – grandezas fotométricas:
  • Fluxo energético (P) –Watts(W) : potência transportada por todas as formas de radiação presentes no feixe energético, incluindo a luz visível, a infravermelha e a ultravioleta.
  • Fluxo luminoso – φ –lumens (lm) : quantidade total de luz visível que uma fonte de luz irradia em todas as direções
  • Intensidade luminosa – (I) – candelas (cd): intensidade da radiação visível medida numa determinada direção.
  • Iluminância – (E) – lux (1 lux = 1 lm/m²): chamada de aclaramento, nível de iluminação ou nível de iluminamento, é a grandeza fotométrica mais importante da iluminação. É a densidade do fluxo luminoso recebido por uma superfície (luz que chega).

Na norma Iluminância: Limite da razão do fluxo luminoso recebido pela superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície quando esta tende para o zero.

  • Eficiência luminosa – η – (lm/W): É a relação entre o fluxo luminoso em lúmen emitido por uma fonte e seu fluxo energético (potência) consumido para produzi-lo. É também conhecido como eficácia ou rendimento.
  • Luminância – (L) – nit = cd/m² : Ela está associada a contrastes excessivos (ofuscamento).
  • Contraste (C)
  • Índice de Reprodução da cor – IRC
  • Temperatura da cor – K

ILUMINÂNCIA – Luz incidente, não visível.

LUMINÂNCIA – Luz refletida, visível.

Uma vez que os objetos possuem diferentes capacidades de reflexão da luz, fica compreendido que uma certa iluminância pode gerar diferentes luminâncias.

O coeficiente de reflexão é a relação entre o fluxo luminoso incidente e o refletido pela superfície. Este coeficiente varia de acordo com a cor e a textura.

Quando (E) não é adequado há cansaço visual, dor de cabeça etc.

  1. ILUMINAÇÃO NATURAL – grandezas fotométricas:
  • Iluminância – (E) – lux (1 lux = 1 lm/m²)
  • Luminância – (L) – nit = cd/m²
  • Contraste (C)

A luz natural, resultante internamente aos espaços e proveniente de aberturas laterais, depende da somatória das contribuições de 3 variáveis:

i.CC = Componente de Céu Luz proveniente diretamente do céu.

ii.CRE = Componente de Reflexão externa. Luz que alcança o interior após ter sido refletida pelo entorno.

iii.CRI = Componente de Reflexão Interna. Luz que alcança o ponto no interior após ter sofrido uma ou mais reflexões internas.

O teto é a principal superfície de reflexão e o piso a menos significativa, exatamente por suas posições em relação ao plano de trabalho.

Magnitude e distribuição da luz no ambiente interno depende de um conjunto de variáveis, tais como:

  • disponibilidade da luz natural (quantidade e distribuição variáveis com relação às condições atmosféricas locais);
  • obstruções externas;
  • tamanho, orientação, posição e detalhes de projeto das aberturas;
  • características óticas dos envidraçados;
  • tamanho e geometria do ambiente;
  • refletividades das superfícies internas.

NBR 5413

  • A iluminância deve ser medida no campo de trabalho. Quando este não for definido, entende-se como tal o nível referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso.
  • A iluminância no restante do ambiente não deve ser inferior a 1/10 da adotada para o campo de trabalho, mesmo que haja recomendação para valor menor.
  • Recomenda-se que a iluminância em qualquer ponto do campo de trabalho não seja inferior a 70% da iluminância média.

tabela lumi

  • Quando nossa maior preocupação for a acuidade visual, o principal elemento será a quantidade de luz (nível de iluminância).
  • Quando nossa maior preocupação for a caracterização do espaço, dois elementos se mostram fundamentais: luminância e cores.
  • A luz difusa refletida pelo teto proporcionará uma melhor uniformidade dos níveis de iluminação do ambiente, reduzindo os problemas de sombras excessivas e de ofuscamentos produzidos por reflexões dirigidas.
  • Deve-se evitar diferenças acentuadas entre a cor do plano de trabalho e o fundo, pois isso exigirá do olho um grande esforço de adaptação a nova cor, resultando em uma fadiga visual. Portanto, a cor das paredes e do plano de trabalho deverão, sempre que possível, possuir o mesmo tom.

 

Os efeitos qualitativos negativos que interferem no conforto visual são:

a.Velamento: criado por luz intensa difusa no ambiente e reduz o contraste de luz e sombra na imagem – efeito muito empregado em filmes onde aparecem “fantasmas do além”: gera a sensação de insegurança, especialmente em pacientes;

b.Ofuscamento: causado por intensa luz direta que incide sobre os olhos do usuário;

c.Deslumbramento: causado pela luz que penetra diretamente na pupila formando focos de escuridão como quando se olha para a luz intensa;

d.Iluminamento uniforme prolongado: o orgulho dos Engenheiros luminotécnicos em manter um ambiente constantemente e homogeneamente iluminado traz prejuízos ao mecanismo fisiológico do ser humano. Estes efeitos são observados tanto nos funcionários de ES que tiram plantão em áreas fechadas, como espeleólogos que passam dias nas carvernas e têm seu ciclo biorrítmico completamente alterado.

Segundo a NBR 10898, para o projeto do sistema de iluminação de emergência devem ser conhecidos os seguintes dados de lâmpadas e luminárias:

a. tipo de lâmpada;

b. potência, em watts;

c. tensão, em volts;

d. fluxo luminoso nominal, em lúmens;

e. ângulo da dispersão da luz;

f. vida útil do elemento gerador de luz.

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Sistemas Prediais

Sistemas prediais: Água quente – parte 2

Continuando…

3. Os sistemas de distribuição de água quente

  • Classificam-se em:

a. Ascendente sem circulação: economiza-se encanamento, porém há o inconveniente de se ter que esperar algum tempo até começar a sair a água quente (e joga-se água fria fora), pois, apesar do isolamento térmico que deve haver na tubulação, a água esfria ao fim de algum tempo.

b. Ascendente com circulação por termossifão (com retorno) há circulação de água quente por efeito de termossifão simples. Gastam-se mais tubulações, mas, abrindo-se uma torneira ou registro, a água quente sai imediatamente. O efeito termossifão é obtido pelo fato de a água quente ser mais leve do que a fria.

c. Descendente com bombeamento (circulação mecânica forçada): Quando a circulação por convecção for insuficiente para alcançar o nível de temperatura desejado é necessário utilizar uma bomba circulação.

Nesse processo a circulação de água entre os coletores e o reservatório térmico é forçada por um conjunto de moto-bomba centrífuga, podendo assim o reservatório térmico situar-se em nível inferior ao dos coletores. Deve-se instalar um válvula de retenção no recalque da bomba para evitar a inversão do fluxo pôr termo sifão durante a noite.

bomba termossifao

 

d. Misto.

3.1 Acabamentos: a tubulação de água quente pode ser:

a. Cobre: custo elevado de aquisição e execução; vida útil longa; limite de temperatura acima do mínimo exigido; alta condutividade térmica (necessidade de bom isolamento térmico); juntas soldadas de estanho e chumbo, o que exige mão-de-obra especializada.

b. Ferro: custo elevado, menor que o cobre; vida curta devido a incrustações e corrosão; limite de temperatura acima do exigido; alta condutividade térmica, exigindo bom isolamento térmico.

c. CPVC: policloreto de vinila clorado é um termoplástico semelhante ao PVC, com maior % de cloro; menor custo; vida útil longa; baixo coeficiente de dilatação; baixa condutividade térmica, dispensa isolamento térmico; juntas soldáveis exigindo mão-de-obra treinada. Sua limitação é o limite da temperatura, de 80°C, exigindo a instalação de uma termoválvula.

d. Polipropileno: instalação fácil e conexões e emendas soldadas por termofusão. Flexível, ausência de fissuras por fadiga; vida útil longa; boa resistência a temperatura (a mais usada pelas construtoras)

4. Isolamento térmico

  • A tubulação de água quente deve ser totalmente isolada contra perda de calor. Os isolantes mais conhecidos são:

a. Calhas de isopor, lã de vidro e cortiça

b. Polietileno expandido

c. Massa de amianto e cal

d. Argamassa de areia, cal e vermiculite

OBS:

  • Na tubulação embutida nunca usar cimento para que a tubulação fique livre para as dilatações térmicas.
  • Nas tubulações não embutidas usar meia-cana para envolver o cano.
  • Nas tubulações expostas as intempéries usar sobre o isolamento térmico uma lâmina de alumínio para impedir a entrada de água.
  • Nas tubulações em canaleta sujeitas a umidade proteger o isolante com camada impermeabilizante.
  • Dilatação: deve-se evitar a aderência da tubulação com a estrutura, em trechos muito longos deve-se usar juntas de dilatação especiais.

 

5. Sistema PEX

É um sistema predial de instalações hidráulicas composto por tubos flexíveis que pode ser utilizado tanto para água fria quanto para água quente com conceito semelhante às nossas instalações elétricas.

Funcionamento: em uma instalação elétrica os condutores (fiação) partem de um quadro de distribuição de luz e força (QDLF) dentro de eletrodutos até os pontos de consumo (tomadas, pontos de luz, etc.). Em uma futura manutenção, os condutores podem ser substituidos sem que se quebre uma parede. O sistema PEX é muito parecido. O sistema é composto por dois tubos flexíveis. O tubo flexível PEX de polietileno reticulado, responsável por conduzir a água é introduzido em um tubo condutor de polietileno de baixa densidade que serve de guia.

A distribuição de água dentro de um ambiente é feita a partir de um distribuidor também chamado de manifold que pode ser comparado a um pequeno barrilete. Em uma futura manutenção é só substituir o tubo PEX do ponto do manifold até o ponto de consumo sem quebrar a parede.

 

 

Vantagens do Sistema

  • a manutenção poderá ser efetuada sem necessidade de quebrar uma parede. Fecha-se o registro geral do manifold e troca-se o tubo flexível interno.
  • A perda de carga entre o distribuidor (manifold) até os pontos de consumo é pequena, pois o coeficiente de rugosidade do PEX é baixa e o traçado da tubulação é feito com curvas de raio longo, favorecendo o fluxo da água, evitando assim as perdas de carga normais nos outros sistemas.
  • A garantia é de 15 anos no produto.
  • O PEX é higiênico, não tóxico e livre de crescimento de microorganismos, evitando assim a contaminação da água.

Desvantagens

O preço do sistema ainda é alto.

Vale a pena saber as informações destas tabelas:

tabela 3

tabela 4

Bons estudos!!!

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Sistemas Prediais

Sistemas prediais: Água quente – parte 1

Fonte: Sistemas Prediais de Água Quente – USP; Suzuqui.arq.br, notas de aula

Sistemas Prediais de Suprimento de Água Quente

  1. Classificação: Os sistemas prediais de água quente classificam-se em:

a. Individual: consiste na alimentação de um único ponto de utilização, sem necessidade de uma rede de água quente. Ex:

  • Chuveiros Elétricos
  • Centralizados: Aquecedores de Passagem e Aquecedores de Acumulação

b. Central privado: um só equipamento é responsável pelo aquecimento de água que será distribuída em pontos de consumo que pertencem a uma mesma unidade.

central privado
fonte: suzuqui.arq.br

 

c. Central coletivo: um só equipamento aquece a água que será distribuída a mais de uma unidade

central coletivo
fonte: suzuqui.arq.br

 

2. Segundo o princípio de funcionamento os sistemas podem ser de:

2.1 Elétrico

a. Passagem – a água é aquecida de forma instantânea para consumo imediato. São pouco eficientes e tem alto consumo de energia elétrica. Ex: chuveiros elétricos comuns, torneiras elétricas de lavatórios e de pias de cozinha.

chuveiro eletrico
fonte: suzuqui.arq.br

b. Acumulação – a água aquecida é armazenada para consumo imediato ou para um consumo posterior. Exemplo:

  • boilers elétricos: cilindros que podem ser horizontais ou verticais com uma ou mais resistências elétricas que fazem o aquecimento da água. Os cilindros possuem um revestimento térmico para evitar a perda de calor e um termostato mantém a temperatura automaticamente dentro dos limites estabelecidos. Eles podem ser instalados em qualquer local. É de fácil instalação, porém a eletricidade não é uma forma de energia eficiente para aquecer água. O custo de operação é alto devido ao preço da energia elétrica. Além disso eles podem ser de baixa pressão (quando instalado sobre os pontos de consumo) ou de pressão (que funcionam até uma pressão de 6 atm e permitem que sejam instalados abaixo dos pontos de consumo).

 

boiler
fonte: suzuqui.arq.br

Boilers e esquema de aquecedor elétrico de acumulação da cumulus (www.cumulus.com.br)

2.2 Aquecedores a gás:

  • Passagem: a água é aquecida ao passar por dentro do equipamento. A água percorre um tubo em forma de espiral que sofre o aquecimento de uma chama central resultado da queima de gás combustível (Gás liquefeito de petróleo – GLP ou gás natural – GN)

aquecedor a gás
fonte: suzuqui.arq.br

aquecedor komeco
fonte: suzuqui.arq.br

Detalhe de funcionamento de um aquecedor de passagem da Komeco

É compacto se comparado aos modelos de acumulação elétrico, porém não pode ser instalado em locais fechados (com exceção dos modelos de fluxo balanceado que são herméticos). Exige no mínimo o ponto de saída para os gases resultantes da queima e uma área bem ventilada, pois para haver queima, além do gás é necessário oxigênio. Em edificações antigas é comum encontrar o aquecedor de passagem dentro dos banheiros, o que hoje é proibido.

A perda de carga no aparelho também é muito grande devido ao próprio traçado em espiral da tubulação.

Os equipamentos atuais são bem seguros e a grande maioria não possui mais chama piloto. Ao abrir o registro do chuveiro, o equipamento detecta a vazão da água e liga o equipamento automaticamente. Caso a chama se apague o equipamento fecha automaticamente o fluxo de gás.

  • Acumulação: Similar ao boiler elétrico, porém o aquecimento da água é feito através da chama resultante da queima de gás combustível (GLP ou GN) em um tubo no centro do cilindro. Ocupa bastante espaço e o cilindro é vertical e deve ser instalado em local bem ventilado e com a exaustão dos gases feita de forma adequada.

 

aquecedor
fonte: suzuqui.arq.br

OBS: Em instalações prediais de água quente, onde o aquecimento é feito por aquecedor alimentado por tubulação que se liga ao reservatório, independentemente das tubulações da rede predial de distribuição, a tomada de água da tubulação que alimenta o aquecedor deve se posicionar em nível acima das tomadas de água fria, como meio de evitar o risco de queimaduras na eventualidade de falha no abastecimento.

2.3 Aquecedores Solares:

A melhor opção para residências. Mesmo que não se tenha sol durante alguns dias, o boiler garante o aquecimento da água por meio de uma resistência elétrica. Merece cuidado na instalação em locais muito frios devido ao congelamento das placas e das tubulações.

solar

Na forma tradicional de instalação, o boiler deve se situar entre o reservatório e as placas de aquecimento. O princípio utilizado é o do termosifão.

solar 2

A água sai do boiler (tubo azul) e entra na parte inferior das placas (coletores solares). Pelo princípio do termosifão, a água é aquecida pelos raios solares e sobe em direção à saída da placa na parte superior da mesma (tubo vermelho) e retorna ao boiler. O ciclo então é repetido infinitas vezes aquecendo a água cada vez mais até a sua utilização. Quando alguém utiliza a água quente, a água do reservatório superior é utilizada para completar o nível do boiler.

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Urbanismo

Tratamento de Esgoto

Fonte: Ponto dos Concursos, Passei Direto e Manual CAESB

1.Tratamento do Esgoto

a.Tanque Sépticos: câmaras fechadas com a finalidade de deter os despejos domésticos, por um período de tempo estabelecido, de modo a permitir a decantação dos sólidos e retenção do material graxo contido nos esgotos transformando-os bioquimicamente em substâncias e compostos mais simples e estáveis. Economicamente o tanque séptico é recomendado para até 100 habitantes. Esse sistema requer que as residências disponham de suprimento de água.

esgoto tratamento

Funcionamento do tanque séptico

  • Retenção: o esgoto é detido na fossa por um período que pode variar de 12 a 24 horas, dependendo das contribuições afluentes.
  • Decantação: simultaneamente à fase de retenção, inicia-se a sedimentação de 60 a 70% dos sólidos em suspensão contidos nos esgotos, formando-se o lodo. Parte dos sólidos não decantados, formados por óleos, graxas, gorduras e outros materiais, que misturados com gases são retidas na superfície livre do líquido, no interior do tanque séptico, denominados de escuma.
  • Digestão: tanto o lodo como a escuma são atacados por bactérias anaeróbias, provocando uma destruição total ou parcial de organismos patogênicos.
  • Redução de Volume: da digestão, resultam gases, líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos e digeridos, que adquirem características estáveis capazes de permitir que o efluente líquido do tanque séptico possa ser lançado em melhores condições de segurança do que as do esgoto bruto.

OBS:

  • O tanque séptico é projetado para receber todos os despejos domésticos (de cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiros, chuveiros, mictórios, ralos de piso de compartimento interior, etc.).
  • É recomendado a instalação de caixa de gordura na canalização que conduz despejos das cozinhas para o tanque séptico.
  • São vetados os lançamentos de qualquer despejo que possam causar condições adversas ao bom funcionamento dos tanques sépticos ou que apresentem um elevado índice de contaminação.

 

Caixa de Gordura: As águas servidas, destinadas aos tanques sépticos e ramais condominiais, devem passar por uma caixa especialmente construída com a finalidade de reter as gorduras. Essa medida tem por objetivo prevenir a colmatação dos sumidouros e obstrução dos ramais condominiais.

esgoto tratamento 1

  • Disposição do Efluente Líquido dos Tanques Sépticos: entre os processos eficientes e econômicos de disposição do efluente líquido das fossas têm os seguintes tipos:

-diluição (corpos d’água receptores): para o Tanque Séptico a proporção é de 1:300;

-sumidouro;

-vala de infiltração e filtração;

-filtro de areia;

-filtro anaeróbio.

A escolha do processo a ser adotado deve considerar os seguintes fatores:

-natureza e utilização do solo;

-profundidade do lençol freático;

-grau de permeabilidade do solo;

-utilização e localização da fonte de água de subsolo utilizada para consumo humano;

-volume e taxa de renovação das água de superfície.

  • Disposição do Efluente Sólido: a parte sólida retida nas fossas sépticas (lodo) deverá ser renovada periodicamente.

Pequeno número de tanque séptico instalados e de pouca capacidade não apresentam problemas para a disposição do lodo e podem ser lançados no solo, a uma profundidade mínima de 0,60m, e mesmo em rios, desde que o local escolhido não crie um problema sanitário.

Quando o número de tanque séptico for grande ou a unidade utilizada é de grande capacidade, ou o lodo não poderá ser lançado no solo e nem nos rios, mas sim encaminhado para um leito de secagem.

b.Filtro Anaeróbio: está contido em um tanque de forma cilíndrica ou prismática de seção quadrada, com fundo falso para permitir o escoamento de efluente do tanque séptico.

c.Sumidouro: também conhecidos como poços absorventes ou fossa absorventes, são escavações feitas no terreno para receber os efluentes do tanque séptico, que se infiltram no solo através das aberturas na parede.

d.Vala de Infiltração: consiste em um conjunto de canalizações assentado a uma profundidade determinada, em um solo cujas características permitam a absorção do esgoto efluente do tanque séptico. A percolação do líquido através do solo permitirá a mineralização dos esgotos, antes que se transforme em fonte de contaminação das águas subterrâneas e de superfície. A área por onde são assentadas as canalizações de infiltração também são chamados de “campo de nitrificação”. O sistema deve ser empregado quando o tempo de infiltração do solo não permite adotar outro sistema mais econômico e /ou quando a poluição do lençol freático deve ser evitada.

 

Esquema de Instalação de Tanque Séptico e Valas de Infiltração

esgoto tratamento 3

esgoto tratamento 4

e. Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para Pequenas Localidades

  • Processo de Tratamento
  • O esgoto chega a ETE, passando pelo gradeamento e caixa de areia, onde se dá o tratamento preliminar, retendo os sólidos grosseiros e a remoção do lodo. Em seguida terá inicio o tratamento primário no tanque de sedimentação ocorrendo a decantação e a digestão do lodo. Por fim, o efluente passa pelo filtro biológico onde ocorre o tratamento secundário, após o que o efluente é lançado num corpo receptor.
  • Frequentemente, deverá ser feita limpeza na caixa de areia, com a remoção dos sólidos grosseiros da grade, bem como a retirada da areia depositada. Ao final de cada ano de operação deverá ser feito descarga de fundo dos elementos anteriormente citados para o poço de lodo. Este lodo após a descarga deverá ser retirado mecanicamente ou não, dependendo das condições topográficas, e encaminhado a um leito de secagem.

f.Leito de Secagem: são unidades de tratamento, geralmente em forma de tanques retangulares, projetados e construídos de modo a receber o lodo dos digestores, ou unidades de oxidação total, onde se processa a redução da unidade com a drenagem e evaporação da água liberada durante o período de secagem.

Podem ser caracterizados pelas seguintes partes:

-tanques de armazenamento;

-camada drenante;

-cobertura.

  • Os leitos de secagem podem ser construídos ao ar livre ou cobertos. Nos países tropicais não se justifica o uso de cobertura, pois esta concepção torna o processo bastante oneroso.
  •  O funcionamento dos leitos de secagem é um processo natural de perda de umidade que se desenvolve devido aos seguintes fenômenos:

-liberação dos gases dissolvidos ao serem transferidos do digestor (pressão elevada) e submetidos a pressão atmosférica nos leitos de secagem;

-liquefação devido à diferença de peso específico aparente do lodo digerido e da água;

-evaporação natural da água devido ao contato íntimo com a atmosfera;

-evaporação devido ao poder calorífico do lodo.

  • O lodo em condições normais de secagem poderá ser removido do leito de secagem depois de um período, que varia de 20 a 40 dias.

g.Lagoas de Estabilização: são o mais simples método de tratamento de esgotos existente. São construídas por meio de escavação no terreno natural, cercado de taludes de terra ou revestido com placas de concreto. Geralmente têm a forma retangular ou quadrada.

  • Podem ser classificadas em quatro diferentes tipos:

-lagoas anaeróbias;

-lagoas facultativas;

-lagoas de maturação;

-lagoas aeróbias ( de alta taxa).

h.Lagoas Anaeróbias: têm a finalidade de oxidar compostos orgânicos complexos antes do tratamento com lagoas facultativas ou aeradas. As lagoas anaeróbias não dependem da ação fotossintética das algas, podendo assim ser construídas com profundidades maiores do que as outras, variando de 2.0 a 5,0m. São projetadas sempre que possível associada a lagoas facultativas ou aeradas.

i.Lagoas Facultativas: o seu funcionamento é por meio da ação de algas e bactérias sob a influência da luz solar (fotossíntese). A matéria orgânica contida nos despejos é estabilizada, parte transformando-se em matéria mais estável na forma de células de algas e parte em produtos inorgânicos finais que saem com efluente. Estas lagoas são chamadas de facultativas devido às condições aeróbias mantidas na superfície liberando oxigênio e às anaeróbias mantidas na parte inferior onde a matéria orgânica é sedimentada. Têm profundidade variando de 1,0 a2,5m e áreas relativamente grande.

j.Lagoas de Maturação: a sua principal finalidade é a redução de coliformes fecais, contido nos despejos de esgotos. São construídas sempre, depois do tratamento completo de uma lagoa facultativa ou outro tipo de tratamento convencional. Pode-se conseguir índices elevados de remoção de coliformes, garantindo assim uma eficiência muito boa. As profundidades normalmente adotadas, são iguais as das lagoas facultativas.

k.Lagoas Aeróbias ou de Alta Taxa: têm como principal aplicação a cultura colheita de algas. São projetadas para o tratamento de águas residuárias decantadas. Constituem um poderoso método para produção de proteínas, sendo de 100 a 1000 vezes mais produtivas que a agricultura convencional. É aconselhável o seu uso, para tratamento de esgoto, quando houver a viabilidade do reaproveitamento da produção das algas. A sua operação exige pessoal capaz e o seu uso é restrito. A profundidade média é de 0,3 a 0,5m.

l.Lagoas Aeradas Mecanicamente: são idênticas às lagoas de estabilização, com uma única diferença, são providas de aeradores mecânicos de superfície instalados em colunas de concreto ou do tipo flutuantes e também de difusores. A profundidade varia de 3,0 a 5,0m. O esgoto bruto é lançado diretamente na lagoa depois de passar pôr um tratamento preliminar (caixa de areia). Funcionam como um tanque de aeração no qual os aeradores artificiais substituem a oxidação por meio das algas nas lagoas de estabilização.

  • A área para construção é inferior às das lagoas de estabilização devido a profundidade e o tempo de detenção para a estabilização da matéria orgânica, que também é menor. Há necessidade de energia elétrica para funcionamento desses aeradores.
  • Podem ser classificadas em três diferentes tipos:

-aeróbia com mistura completa;

-aerada facultativa;

-aerada com aeração prolongada.

  • As mais usadas, são as duas primeiras em função de ter menor custo e menor sofisticação em sua operação.

m.Caixa de Areia: ou desarenadores, são unidades destinadas a reter areia e outros minerais inertes e pesados que se encontram nas águas de esgoto (entulhos, seixo, partículas de metal, carvão e etc.). Esses materiais provêm de lavagem, enxurradas, infiltrações, águas residuárias das indústrias e etc.

  • Têm como seu principal emprego a proteção dos conjuntos elevatórios evitando abrasões, sedimentos incrustáveis nas canalizações e em partes componentes das ETEs, como, decantadores, digestores, filtros, tanques de aeração e etc.

n.Lodos Ativados: consistem essencialmente da agitação de uma mistura de águas residuárias com um certo volume de lodo biologicamente ativo, mantido em suspensão por uma aeração adequada e durante um tempo necessário para converter uma porção biodegradável daqueles resíduos ao estado inorgânico, enquanto que o remanescente é convertido em lodo adicional.

o.Biorremediação: designa um sistema de tratamento da disposição final dos resíduos sólidos realizado em células. Após 1 a 2 anos, as células utilizadas são escavadas e o material todo é peneirado, separando-se o material que pode ser reciclado do inerte, que retorna à célula como material de recobrimento de novos depósitos de resíduos sólidos.

 

Ufa, acabou a parte de esgoto!