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Tratamento de Esgoto

Fonte: Ponto dos Concursos, Passei Direto e Manual CAESB 1.Tratamento do Esgoto a.Tanque Sépticos: câmaras fechadas com a finalidade de deter os despejos domésticos, por um período de tempo estabelecido, de modo a permitir a decantação dos sólidos e retenção do material graxo contido nos esgotos transformando-os bioquimicamente em substâncias e compostos mais simples e estáveis. Economicamente […]

Fonte: Ponto dos Concursos, Passei Direto e Manual CAESB

1.Tratamento do Esgoto

a.Tanque Sépticos: câmaras fechadas com a finalidade de deter os despejos domésticos, por um período de tempo estabelecido, de modo a permitir a decantação dos sólidos e retenção do material graxo contido nos esgotos transformando-os bioquimicamente em substâncias e compostos mais simples e estáveis. Economicamente o tanque séptico é recomendado para até 100 habitantes. Esse sistema requer que as residências disponham de suprimento de água.

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Funcionamento do tanque séptico

  • Retenção: o esgoto é detido na fossa por um período que pode variar de 12 a 24 horas, dependendo das contribuições afluentes.
  • Decantação: simultaneamente à fase de retenção, inicia-se a sedimentação de 60 a 70% dos sólidos em suspensão contidos nos esgotos, formando-se o lodo. Parte dos sólidos não decantados, formados por óleos, graxas, gorduras e outros materiais, que misturados com gases são retidas na superfície livre do líquido, no interior do tanque séptico, denominados de escuma.
  • Digestão: tanto o lodo como a escuma são atacados por bactérias anaeróbias, provocando uma destruição total ou parcial de organismos patogênicos.
  • Redução de Volume: da digestão, resultam gases, líquidos e acentuada redução de volume dos sólidos retidos e digeridos, que adquirem características estáveis capazes de permitir que o efluente líquido do tanque séptico possa ser lançado em melhores condições de segurança do que as do esgoto bruto.

OBS:

  • O tanque séptico é projetado para receber todos os despejos domésticos (de cozinhas, lavanderias domiciliares, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiros, chuveiros, mictórios, ralos de piso de compartimento interior, etc.).
  • É recomendado a instalação de caixa de gordura na canalização que conduz despejos das cozinhas para o tanque séptico.
  • São vetados os lançamentos de qualquer despejo que possam causar condições adversas ao bom funcionamento dos tanques sépticos ou que apresentem um elevado índice de contaminação.

 

Caixa de Gordura: As águas servidas, destinadas aos tanques sépticos e ramais condominiais, devem passar por uma caixa especialmente construída com a finalidade de reter as gorduras. Essa medida tem por objetivo prevenir a colmatação dos sumidouros e obstrução dos ramais condominiais.

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  • Disposição do Efluente Líquido dos Tanques Sépticos: entre os processos eficientes e econômicos de disposição do efluente líquido das fossas têm os seguintes tipos:

-diluição (corpos d’água receptores): para o Tanque Séptico a proporção é de 1:300;

-sumidouro;

-vala de infiltração e filtração;

-filtro de areia;

-filtro anaeróbio.

A escolha do processo a ser adotado deve considerar os seguintes fatores:

-natureza e utilização do solo;

-profundidade do lençol freático;

-grau de permeabilidade do solo;

-utilização e localização da fonte de água de subsolo utilizada para consumo humano;

-volume e taxa de renovação das água de superfície.

  • Disposição do Efluente Sólido: a parte sólida retida nas fossas sépticas (lodo) deverá ser renovada periodicamente.

Pequeno número de tanque séptico instalados e de pouca capacidade não apresentam problemas para a disposição do lodo e podem ser lançados no solo, a uma profundidade mínima de 0,60m, e mesmo em rios, desde que o local escolhido não crie um problema sanitário.

Quando o número de tanque séptico for grande ou a unidade utilizada é de grande capacidade, ou o lodo não poderá ser lançado no solo e nem nos rios, mas sim encaminhado para um leito de secagem.

b.Filtro Anaeróbio: está contido em um tanque de forma cilíndrica ou prismática de seção quadrada, com fundo falso para permitir o escoamento de efluente do tanque séptico.

c.Sumidouro: também conhecidos como poços absorventes ou fossa absorventes, são escavações feitas no terreno para receber os efluentes do tanque séptico, que se infiltram no solo através das aberturas na parede.

d.Vala de Infiltração: consiste em um conjunto de canalizações assentado a uma profundidade determinada, em um solo cujas características permitam a absorção do esgoto efluente do tanque séptico. A percolação do líquido através do solo permitirá a mineralização dos esgotos, antes que se transforme em fonte de contaminação das águas subterrâneas e de superfície. A área por onde são assentadas as canalizações de infiltração também são chamados de “campo de nitrificação”. O sistema deve ser empregado quando o tempo de infiltração do solo não permite adotar outro sistema mais econômico e /ou quando a poluição do lençol freático deve ser evitada.

 

Esquema de Instalação de Tanque Séptico e Valas de Infiltração

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e. Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) para Pequenas Localidades

  • Processo de Tratamento
  • O esgoto chega a ETE, passando pelo gradeamento e caixa de areia, onde se dá o tratamento preliminar, retendo os sólidos grosseiros e a remoção do lodo. Em seguida terá inicio o tratamento primário no tanque de sedimentação ocorrendo a decantação e a digestão do lodo. Por fim, o efluente passa pelo filtro biológico onde ocorre o tratamento secundário, após o que o efluente é lançado num corpo receptor.
  • Frequentemente, deverá ser feita limpeza na caixa de areia, com a remoção dos sólidos grosseiros da grade, bem como a retirada da areia depositada. Ao final de cada ano de operação deverá ser feito descarga de fundo dos elementos anteriormente citados para o poço de lodo. Este lodo após a descarga deverá ser retirado mecanicamente ou não, dependendo das condições topográficas, e encaminhado a um leito de secagem.

f.Leito de Secagem: são unidades de tratamento, geralmente em forma de tanques retangulares, projetados e construídos de modo a receber o lodo dos digestores, ou unidades de oxidação total, onde se processa a redução da unidade com a drenagem e evaporação da água liberada durante o período de secagem.

Podem ser caracterizados pelas seguintes partes:

-tanques de armazenamento;

-camada drenante;

-cobertura.

  • Os leitos de secagem podem ser construídos ao ar livre ou cobertos. Nos países tropicais não se justifica o uso de cobertura, pois esta concepção torna o processo bastante oneroso.
  •  O funcionamento dos leitos de secagem é um processo natural de perda de umidade que se desenvolve devido aos seguintes fenômenos:

-liberação dos gases dissolvidos ao serem transferidos do digestor (pressão elevada) e submetidos a pressão atmosférica nos leitos de secagem;

-liquefação devido à diferença de peso específico aparente do lodo digerido e da água;

-evaporação natural da água devido ao contato íntimo com a atmosfera;

-evaporação devido ao poder calorífico do lodo.

  • O lodo em condições normais de secagem poderá ser removido do leito de secagem depois de um período, que varia de 20 a 40 dias.

g.Lagoas de Estabilização: são o mais simples método de tratamento de esgotos existente. São construídas por meio de escavação no terreno natural, cercado de taludes de terra ou revestido com placas de concreto. Geralmente têm a forma retangular ou quadrada.

  • Podem ser classificadas em quatro diferentes tipos:

-lagoas anaeróbias;

-lagoas facultativas;

-lagoas de maturação;

-lagoas aeróbias ( de alta taxa).

h.Lagoas Anaeróbias: têm a finalidade de oxidar compostos orgânicos complexos antes do tratamento com lagoas facultativas ou aeradas. As lagoas anaeróbias não dependem da ação fotossintética das algas, podendo assim ser construídas com profundidades maiores do que as outras, variando de 2.0 a 5,0m. São projetadas sempre que possível associada a lagoas facultativas ou aeradas.

i.Lagoas Facultativas: o seu funcionamento é por meio da ação de algas e bactérias sob a influência da luz solar (fotossíntese). A matéria orgânica contida nos despejos é estabilizada, parte transformando-se em matéria mais estável na forma de células de algas e parte em produtos inorgânicos finais que saem com efluente. Estas lagoas são chamadas de facultativas devido às condições aeróbias mantidas na superfície liberando oxigênio e às anaeróbias mantidas na parte inferior onde a matéria orgânica é sedimentada. Têm profundidade variando de 1,0 a2,5m e áreas relativamente grande.

j.Lagoas de Maturação: a sua principal finalidade é a redução de coliformes fecais, contido nos despejos de esgotos. São construídas sempre, depois do tratamento completo de uma lagoa facultativa ou outro tipo de tratamento convencional. Pode-se conseguir índices elevados de remoção de coliformes, garantindo assim uma eficiência muito boa. As profundidades normalmente adotadas, são iguais as das lagoas facultativas.

k.Lagoas Aeróbias ou de Alta Taxa: têm como principal aplicação a cultura colheita de algas. São projetadas para o tratamento de águas residuárias decantadas. Constituem um poderoso método para produção de proteínas, sendo de 100 a 1000 vezes mais produtivas que a agricultura convencional. É aconselhável o seu uso, para tratamento de esgoto, quando houver a viabilidade do reaproveitamento da produção das algas. A sua operação exige pessoal capaz e o seu uso é restrito. A profundidade média é de 0,3 a 0,5m.

l.Lagoas Aeradas Mecanicamente: são idênticas às lagoas de estabilização, com uma única diferença, são providas de aeradores mecânicos de superfície instalados em colunas de concreto ou do tipo flutuantes e também de difusores. A profundidade varia de 3,0 a 5,0m. O esgoto bruto é lançado diretamente na lagoa depois de passar pôr um tratamento preliminar (caixa de areia). Funcionam como um tanque de aeração no qual os aeradores artificiais substituem a oxidação por meio das algas nas lagoas de estabilização.

  • A área para construção é inferior às das lagoas de estabilização devido a profundidade e o tempo de detenção para a estabilização da matéria orgânica, que também é menor. Há necessidade de energia elétrica para funcionamento desses aeradores.
  • Podem ser classificadas em três diferentes tipos:

-aeróbia com mistura completa;

-aerada facultativa;

-aerada com aeração prolongada.

  • As mais usadas, são as duas primeiras em função de ter menor custo e menor sofisticação em sua operação.

m.Caixa de Areia: ou desarenadores, são unidades destinadas a reter areia e outros minerais inertes e pesados que se encontram nas águas de esgoto (entulhos, seixo, partículas de metal, carvão e etc.). Esses materiais provêm de lavagem, enxurradas, infiltrações, águas residuárias das indústrias e etc.

  • Têm como seu principal emprego a proteção dos conjuntos elevatórios evitando abrasões, sedimentos incrustáveis nas canalizações e em partes componentes das ETEs, como, decantadores, digestores, filtros, tanques de aeração e etc.

n.Lodos Ativados: consistem essencialmente da agitação de uma mistura de águas residuárias com um certo volume de lodo biologicamente ativo, mantido em suspensão por uma aeração adequada e durante um tempo necessário para converter uma porção biodegradável daqueles resíduos ao estado inorgânico, enquanto que o remanescente é convertido em lodo adicional.

o.Biorremediação: designa um sistema de tratamento da disposição final dos resíduos sólidos realizado em células. Após 1 a 2 anos, as células utilizadas são escavadas e o material todo é peneirado, separando-se o material que pode ser reciclado do inerte, que retorna à célula como material de recobrimento de novos depósitos de resíduos sólidos.

 

Ufa, acabou a parte de esgoto!

Por Carolina Pepitone

Apaixonada por inovação e tendências, Carolina Pepitone é mestre em arquitetura e urbanismo pela UnB, professora de design de interiores e com mais de 15 anos de experiência em projeto

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