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Sistemas prediais: Esgoto Sanitário- parte 1

Fonte: NBR 8160, Apostila de Esgoto Sanitário CAESB   1.Tipos de Esgotos a.Esgotos Domésticos: incluem as águas contendo matéria fecal e as águas servidas, resultantes de banho e de lavagem de utensílios e roupas; b.Esgotos Industriais: compreendem os resíduos orgânicos, de indústria de alimentos, matadouros, etc.; as águas residuárias agressivas, procedentes de indústrias de metais, […]

Fonte: NBR 8160, Apostila de Esgoto Sanitário CAESB

 

1.Tipos de Esgotos

a.Esgotos Domésticos: incluem as águas contendo matéria fecal e as águas servidas, resultantes de banho e de lavagem de utensílios e roupas;

b.Esgotos Industriais: compreendem os resíduos orgânicos, de indústria de alimentos, matadouros, etc.; as águas residuárias agressivas, procedentes de indústrias de metais, etc.; as águas residuárias procedentes de indústrias de cerâmica, água de refrigeração, etc.;

c.Águas Pluviais: são as águas procedentes das chuvas;

d.Água de Infiltração: são as águas do subsolo que se introduzem na rede.

2.Tipos de Sistemas

a.Sistema Unitário: consiste na coleta de águas pluviais, dos esgotos domésticos e dos despejos industriais em um único coletor.

  • Além da vantagem de permitir a implantação de um único sistema, é vantajoso quando for previsto o lançamento do esgoto bruto, sem inconveniente em um corpo receptor próximo.
  • No dimensionamento do sistema devem ser previstas as precipitações máximas com período de recorrência geralmente entre 5 e 10 anos.
  • Como desvantagem, apresenta custo de implantação elevado e problemas de deposições de material nos coletores por ocasião da estiagem.
  • Quanto ao tratamento, o custo de implantação é também elevado tendo em vista que a estação deve ser projetada com capacidade máxima que, no sistema unitário, ocorre durante as chuvas. A operação é prejudicada pela brusca variação da vazão na época das chuvas, afetando do mesmo modo a qualidade do efluente.

 

b.Sistema Separador Absoluto: o esgoto doméstico e o industrial ficam completamente separados do esgoto pluvial. É o sistema adotado no Brasil. O custo de implantação é menor que o do sistema anterior, em virtude das seguintes razões:

  • as águas pluviais não oferecem o mesmo perigo que o esgoto doméstico, podendo ser encaminhadas aos corpos receptores (rios, lagos, etc.) sem tratamento, este será projetado apenas para o esgoto doméstico;
  • nem todas as ruas de uma cidade necessitam de rede de esgotamento pluvial. De acordo com a declividade das ruas, a própria sarjeta se encarregará do escoamento, reduzindo assim, a extensão da rede pluvial;
  • esgoto doméstico deve ter prioridade, por representar um problema de saúde pública. O diâmetro dos coletores é mais reduzidos;
  • nem todo esgoto industrial pode ser encaminhado diretamente ao esgoto sanitário. Dependendo de sua natureza e das exigências regulamentares, terá que passar por tratamento prévio ou ser encaminhado à rede própria.

 

b. Sistema Misto: a rede é projetada para receber o esgoto sanitário e mais uma parcela das águas pluviais. A coleta dessa parcela varia de um país para outro. Em alguns países colhe-se apenas as águas dos telhados; em outros, um dispositivo colocado nas bocas de lobo recolhe as águas das chuvas mínimas e limita a contribuição das chuvas de grande intensidade.

3.Unidades de um sistema convencional de esgotos:

a.Ramal predial: transportam os esgotos das edificações até a rede pública de coleta;

b.Coletores de esgoto: recebem os esgotos das edificações, transportando-os aos coletores trocos;

c.Coletor tronco: tubulação da rede que recebe os coletores de esgoto, não recebe aporte direto de edificações;

d.Interceptor: ocorrem nos fundos de vale margeando corpos d´agua, evitando que o esgoto aporte a esses corpos hídricos. Recebem contribuições dos coletores tronco. Geralmente possuem diâmetro maiores que o coletor tronco em função de maior vazão;

e.Emissários: similar aos interceptores, porém não recebem contribuição ao longo do seu trajeto (a entrada é apenas na ponta do montante). Transportam o esgoto ao seu destino final (corpo hídrico ou ETE)

f.ETE: conjunto de obras e instalações destinadas a realizar a depuração do esgoto, remover os poluentes dos esgotos;

g.Disposição final: após seu tratamento ou transporte a local adequado, o esgoto é lançado em um corpo hídrico denominado corpo receptor. Eventualmente o esgoto pode ser aplicado direto ao solo. Em ambos os casos o esgoto passa a ser depurado naturalmente, de acordo com a capacidade de autodepuração do corpo receptor e a quantidade de poluentes nele presente.

Durante o trajeto das águas residuárias há os seguintes componentes:

h.Poços de visita: câmaras que permitem a inspeção e limpeza da rede coletora de esgotos. São divididos em poços de visita ou poços de inspeção. Costumam ser instalados no início da rede coletora e nas mudanças de declividade, direção, diâmetro ou material de construção.

i.Poços de inspeção: não é possível a visitação.

j.Caixas de passagem: são câmaras sem acesso, localizadas em pontos singulares (mudança de direção da tubulação) por necessidade construtiva.

k.Sifão invertido: obra destinada a transposição de obstáculo imposto no traçado da rede coletora de esgoto, sem instalação de estações elevatórias. Há o rebaixamento para que a canalização passe por baixo do obstáculo. Trabalha abaixo da linha piezométrica, sob pressão.

l.Estação elevatória: instalação hidráulica dotada de bombas para transferir os esgotos de uma cota mais baixa para uma mais alta. Utilizada quando as profundidades das tubulações apresentam-se bastante elevadas, devido à baixa declividade do terreno e necessidade de fornecer tração mínima para o escoamento do esgoto ou pela necessidade de se transpor obstáculos;

m.Linha de recalque: primeiros trechos subsequentes às estações elevatórias. Encontram-se sob pressão.

n.Dispositivo gerador de descarga (DGD) e tanques fluxíveis: tanques localizados nas cabeceiras da rede de esgotos, ou em pontos intermediários, que liberam descargas de água algumas vezes ao dia, promovendo a lavagem da rede coletora –em desuso.

Por Carolina Pepitone

Apaixonada por inovação e tendências, Carolina Pepitone é mestre em arquitetura e urbanismo pela UnB, professora de design de interiores e com mais de 15 anos de experiência em projeto

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