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Sistemas prediais: Esgoto Sanitário-parte 2

1.Partes constituintes a.Esgoto primário: canalização na qual tem acesso os gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento. b.Esgoto secundário: é parte da instalação à qual os gases e animais não tem acesso. São aparelhos e a canalização que vem antes dos desconectores (fecho-hídrico). Deve ser lançado no primário por meio de um […]

1.Partes constituintes

a.Esgoto primário: canalização na qual tem acesso os gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.

b.Esgoto secundário: é parte da instalação à qual os gases e animais não tem acesso. São aparelhos e a canalização que vem antes dos desconectores (fecho-hídrico). Deve ser lançado no primário por meio de um fecho-hídrico, existentes na bacia sanitária, no ralo sifonado, na caixa de gordura e na caixa sifonada.

 

esgoto

2.Componentes do subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário

a.Aparelho Sanitário: liga-se à tubulação primária

b.Desconector: dispositivo de fecho hídrico destinado a vedar a passagem de gases e animais para o interior da edificação. Desconecta o esgoto primário do secundário. Todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores individualmente ou a um conjunto de aparelhos de uma mesma unidade autônoma

  • Podem ser utilizadas caixas sifonadas para a coleta dos despejos de conjuntos de aparelhos sanitários, tais como lavatórios, bidês, banheiras e chuveiros de uma mesma unidade autônoma, assim como as águas provenientes de lavagem de pisos, devendo ser providas de grelhas.
  • As caixas sifonadas que coletam despejos de mictórios devem ter tampas cegas e não podem receber contribuições de outros aparelhos sanitários, mesmo providos de desconector próprio.

Obs.: deve ser assegurada a manutenção do fecho hídrico (evaporação, sucção, sobrepressão, etc.).

c.Barrilete de ventilação: Tubulação horizontal com saída para a atmosfera em um ponto, destinada a receber dois ou mais tubos ventiladores.

d.Caixa coletora: Caixa onde se reúnem os efluentes líquidos, cuja disposição exija elevação mecânica.

e.Caixa sifonada: Caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto.

f.Caixa de gordura: Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo-a.

  • As pias de cozinha ou máquinas de lavar louças instaladas em vários pavimentos sobrepostos devem descarregar em tubos de queda exclusivos que conduzam o esgoto para caixas de gordura coletivas, sendo vedado o uso de caixas de gordura individuais nos andares.

g.Caixa de inspeção: Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações.

  • A caixa de inspeção pode ser usada para receber efluentes fecais. (do térreo)
  • Entre 2 inspeções só pode haver uma deflexão < 90º e com curva longa;
  • A distância entre 2 inspeções deve ser < 25m;
  • Podem ser de diâmetro ou largura de 40 ou 60cm.
  • Não devem ser colocadas caixas de inspeção ou poços de visita em ambientes pertencentes a uma unidade autônoma, quando eles recebem a contribuição de despejos de outras unidades autônomas.
  • A NBR exige que haja uma separação atmosférica computada na vertical entre a saída d’água da peça de utilização e o nível de transbordamento dos aparelhos sanitários, caixas de descarga e reservatórios. Essa separação mínima deve ser de 2x o diâmetro da peça de utilização. Essa separação visa evitar a contaminação da água pelo fenômeno da “retrossifonagem”.

h.Retrossifonagem: refluxo de água usada, proveniente de um reservatório, aparelho sanitário ou de qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à sua pressão ser inferior à atmosférica.

i.Ralo seco: Recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de piso ou de chuveiro.

j.Ralo sifonado: Recipiente dotado de desconector, com grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiro.

k.RD- Ramal de descarga: tubulação que recebe diretamente efluentes de aparelho sanitário.

l.RE- Ramal de esgoto: Tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector.

  • É vedada a ligação de ramal de descarga ou ramal de esgoto, por meio de inspeção existente em joelho ou curva, ao ramal de descarga de bacia sanitária.
  • Os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias sanitárias, caixas de gordura, caixas sifonadas, e os dispositivos de inspeção, não devem ser superiores a 10,00 m.

m. Coletor predial: Trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga, ou caixa de inspeção geral e o coletor público ou sistema particular.

  • O coletor predial e os subcoletores devem ser de preferência retilíneos. Quando necessário, os desvios devem ser feitos com peças com ângulo central igual ou inferior a 45°, acompanhados de elementos que permitam a inspeção.
  • A distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção mais próximo não deve ser superior a 15,00 m; e
  • Os desvios, as mudanças de declividade e a junção de tubulações enterradas devem ser feitos mediante o emprego de caixas de inspeção ou poços de visita.
  • Em prédios com mais de dois pavimentos, as caixas de inspeção não devem ser instaladas a menos de 2,00 m de distância dos tubos de queda que contribuem para elas.

Obs: Todos os trechos horizontais devem possibilitar o escoamento dos efluentes por gravidade, devendo, para isso, apresentar uma declividade constante.

Declividades mínimas:

  • 2% para tubulações com diâmetro nominal igual ou inferior a 75;
  • 1% para tubulações com diâmetro nominal igual ou superior a 100.
  • As mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com ângulo central igual ou inferior a 45°.
  • As mudanças de direção (horizontal para vertical e vice-versa) podem ser executadas com peças com ângulo central igual ou inferior a 90°.

n. CV- Coluna de ventilação: Tubo ventilador vertical que se prolonga por meio de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à atmosfera, ou ligada a tubo ventilador primário ou a barrilete de ventilação.

  • Deve ser previsto um tubo ventilador suplementar a cada grupo de no máximo 8 bacias sanitárias, contadas a partir da mais próxima ao tubo de queda
  • Toda coluna de ventilação deve ter:

i. diâmetro uniforme;

ii. a extremidade inferior ligada a um subcoletor ou a um tubo de queda, em ponto situado abaixo da ligação do primeiro ramal de esgoto ou de descarga, ou neste ramal de esgoto ou de descarga;

iii. a extremidade superior situada acima da cobertura do edifício, ou ligada a um tubo ventilador primário a 0,15m, ou mais, acima do nível de transbordamento da água do mais elevado aparelho sanitário por ele servido.

o.Ramal de ventilação: Tubo ventilador que interliga o desconector, ou ramal de descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação ou a um tubo ventilador primário. (Liga o esgoto primário à coluna de ventilação)

Ligação de ramal de ventilação
Ligação de ramal de ventilação

 

p.TQ- Tubo de queda: tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.

  • Apenas são ligados nos tubos de queda os ramais de esgoto do 1º pavimento para cima. Os do térreo são ligados a caixa de inspeção
  • Devem, sempre que possível, ser instalados em um único alinhamento. Quando necessários, os desvios devem ser feitos com peças formando ângulo central igual ou inferior a 90°, de preferência com curvas de raio longo ou duas curvas de 45°.

q.Sifão: Desconector destinado a receber efluentes do sistema predial de esgoto sanitário.

r.Tubulação de ventilação primária: Prolongamento do tubo de queda acima do ramal mais alto a ele ligado e com extremidade superior aberta à atmosfera situada acima da cobertura do prédio

s.Tubulação de ventilação secundária: Conjunto de tubos e conexões com a finalidade de promover a ventilação secundária do sistema predial de esgoto sanitário

t.Dispositivos de acesso a tubulação e desobstrução: caixa de gordura; caixa de inspeção; desconector; sifão; visita.

 

3.Esquema de ligação:

esgoto 2

  • Lavatórios, banheiras, chuveiros, bidê, tanque, ralo e caixa sifonada ligam-se a tubulação primária usando sifões e tubulação secundárias.
  • Pia de cozinha, MLL : ligam-se às caixas de gordura e tubos de queda.
  • As pias de cozinha ou máquinas de lavar louças instaladas em vários pavimentos sobrepostos devem descarregar em tubos de queda exclusivos que conduzam o esgoto para caixas de gordura coletivas, sendo vedado o uso de caixas de gordura individuais nos andares.
  • Pia de despejo liga-se à tubulação primária usando sifão.
  • Despejos de máquinas de lavar ou tanques podem ser descarregados em tubos de queda exclusivos contendo caixa sifonadas especial no seu final (térreo) para evitar retorno de gases.
  • Mictório liga-se a caixa sifonada.
  • Um desconector só pode receber descarga dos aparellhos do ambiente onde ele está instalado.
  • Todo trecho de tubulação deve ser acessível.

OBS: Deve ser evitada a passagem das tubulações de esgoto em paredes, rebaixos, forros falsos, etc. de ambientes de permanência prolongada. Caso não seja possível, devem ser adotadas medidas no sentido de atenuar a transmissão de ruído para os referidos ambientes.

Sistema predial de esgoto sanitário com ventilação secundária
Sistema predial de esgoto sanitário com ventilação secundária
  • O tubo ventilador primário e a coluna de ventilação devem ser verticais e, sempre que possível, instalados em uma única prumada; quando necessárias, as mudanças de direção devem ser feitas mediante curvas de ângulo central não superior a 90°, e com um aclive mínimo de 1%.
  • Em prédios de um só pavimento, deve existir pelo menos um tubo ventilador, ligado diretamente a uma caixa de inspeção ou em junção ao coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de uma bacia sanitária e prolongado até acima da cobertura desse prédio, devendo-se prever a ligação de todos os desconectores a um elemento ventilado.
  • Quando não for conveniente o prolongamento de cada tubo ventilador até acima da cobertura, pode ser usado um barrilete de ventilação, a ser executado com aclive mínimo de 1% até o trecho prolongado.

 

Por Carolina Pepitone

Apaixonada por inovação e tendências, Carolina Pepitone é mestre em arquitetura e urbanismo pela UnB, professora de design de interiores e com mais de 15 anos de experiência em projeto

3 respostas em “Sistemas prediais: Esgoto Sanitário-parte 2”

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