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Desenho Universal

A expressão Desenho Universal foi usada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ron Mace, que influenciou a mudança de paradigma no desenvolvimento de projetos urbanos, de arquitetura e de design. O conceito de Desenho Universal surgiu em decorrência de reivindicações de dois segmentos sociais: Pessoas com deficiências Arquitetos, engenheiros, urbanistas e […]

A expressão Desenho Universal foi usada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ron Mace, que influenciou a mudança de paradigma no desenvolvimento de projetos urbanos, de arquitetura e de design.

O conceito de Desenho Universal surgiu em decorrência de reivindicações de dois segmentos sociais:

  • Pessoas com deficiências
  • Arquitetos, engenheiros, urbanistas e designers: desejavam maior democratização do uso de espaços

O Desenho Universal visa incorporar parâmetros dimensionais de uso e manipulação de objetos, de forma que alcance maior gama de pessoas, independentemente de seu tamanho, idade, postura ou condições de mobilidade, procurando respeitar a diversidade física e sensorial na concepção de espaços e objetos, resguardando ainda a autonomia.

Os 7 princípios do Desenho Universal

1. Uso equitativo – evita segregação, os espaços podem ser utilizados por usuários com capacidades diferentes;

2. Uso flexível – ambientes ou sistemas construtivos permitem atender as necessidades de usuários com diferentes habilidades, admitindo adequações e transformações;

3. Uso simples e intuitivo – uso de fácil compreensão;

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

 

4. Informação de fácil percepção – comunica ao usuário as informações necessárias, de forma facilitada (contraste), usando diferentes meios de comunicação (sonora, táteis, etc.);

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

5. Tolerâncias ao erro – minimiza o risco e as consequências adversas de ações involuntárias ou imprevistas;

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

6. Esforço físico mínimo– minimiza ações repetitivas e esforços físicos que não podem ser evitados, dimensiona elementos e equipamentos para que sejam utilizados de maneira eficiente, segura, confortável.

7. Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente – espaço e dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso, independente de tamanho, postura ou mobilidade do usuário. Com alcance visual, para ser usado tanto em pé quanto sentado.

Exemplo de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida:

Fonte: GUIA DE ACESSIBILIDADE: Espaço Público e Edificações. Governo do Estado do Ceará
Fonte: GUIA DE ACESSIBILIDADE: Espaço Público e Edificações. Governo do Estado do Ceará

 

A União Europeia determinou exigências mínimas no uso habitacional para que a moradia seja considerada “habitação visitável”:

  • O acesso ao interior dos imóveis não apresente degraus ou escadas, e os desníveis existentes sejam superados com rampas ou meios mecânicos;
  • As portas sejam suficientemente largas para permitir passagem de cadeira de rodas;
  • Ao menos 1 banheiro deve ser acessível.

 A “habitação adaptável” é a que permite, com pequenas intervenções, estruturar uma habitação existente a receber uma pessoa PNE.

 No Brasil o debate teve início em 1980. Em 1985, a ABNT criou a primeira norma técnica relativa a acessibilidade, revisada em 2005 NBR 9050/2005. Em 2008, o Brasil ratificou a Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. A Convenção foi promulgada com equivalência de Emenda Constitucional pelo decreto nº 6.949/2009.

 A sociedade inclusiva é definida pelo respeito e valorização das diferenças; reconhece a igualdade entre as pessoas; considera a diferença um princípio básico; reconhece que a vida pode ser restringida pelo ambiente em volta dela, pelo espaço construído.

 Desenho Universal x Acessibilidade

A legislação de acessibilidade no Brasil refere-se somente à aplicação da NBR 9050 a espaços públicos e de uso comum.

O desenho universal caminha em direção oposta, busca conceber habitações que possam ser utilizadas por qualquer pessoa, em qualquer etapa da vida, com conforto, segurança e integração. Preocupa-se com a qualidade estética, utilizando produtos disponíveis na indústria da construção e eliminando aspectos espaciais discriminatórios.

 O Centro das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (Agenda Habitat) define moradia adequada como:

  • Significa privacidade adequada, espaço adequado, acessibilidade física, segurança adequada, segurança de posse, estabilidade estrutural e durabilidade, iluminação, aquecimento e ventilação adequados, infraestrutura básica adequada (água, esgoto e coleta de lixo), qualidade ambiental e fatores relacionados à saúde apropriados, localização adequada e acessível ao trabalho e outros equipamentos básicos: tudo disponível a um custo acessível.

 A diferença entre uma habitação com Desenho Universal e uma habitação adaptada a pessoa com deficiência está na concepção do projeto. A habitação adaptada é voltada unicamente para pessoas com deficiência, seguindo as regras da NBR 9050. Possui uma série de requisitos específicos, como barras no banheiro, espaço de 60cm ao lado externo das portas para sua abertura adequada, entre outros.

A habitação com Desenho Universal pode ser utilizada por todas as pessoas, e permite adequações. Possibilita reposicionamento de divisórias sem comprometimentos estruturais, tem espaço para instalação de barras de apoio, campainha com sinais sonoros e luminosos, interruptor paralelo, etc.

Exemplos de Desenho Universal:

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

 

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

 

 

Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo
Fonte: DESENHO UNIVERSAL Habitação de interesse social, Prefeitura de São Paulo

As diretrizes do Desenho Universal estão organizadas em 3 categorias espaciais :

  1. Unidades habitacionais
  2. Áreas comuns condominiais
  3. Áreas públicas urbanas

Cada uma dessas categorias demandam exigências e orientações específicas, que devem ser observadas pelo projetista.

Até o próximo post!!!!

 

 

Por Carolina Pepitone

Apaixonada por inovação e tendências, Carolina Pepitone é mestre em arquitetura e urbanismo pela UnB, professora de design de interiores e com mais de 15 anos de experiência em projeto

Uma resposta em “Desenho Universal”

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